A Decepção da Grade: "Tron: Ares" Fracassa nas Bilheterias e Questiona o Futuro da Ficção Científica Clássica

 
 
O aguardado retorno da franquia “Tron” aos cinemas, com o lançamento de “Tron: Ares” no outono, não conseguiu acender a bilheteria. Estrelado por Jared Leto e dirigido por Joachim Rønning, o filme encerra seu ciclo inicial com uma arrecadação global desanimadora, mal ultrapassando a marca dos $135 milhões de dólares após um mês em exibição. Com um orçamento de produção estimado entre $180 e $220 milhões, o filme se configura como um fracasso financeiro significativo para a Disney e levanta sérias dúvidas sobre a viabilidade de reviver propriedades de ficção científica clássicas de alto custo.

O filme, que estreou em 10 de outubro, até liderou o primeiro fim de semana de bilheteria doméstica com cerca de $33 milhões de dólares, mas teve uma queda acentuada nas semanas seguintes. O desempenho ficou muito aquém da expectativa, especialmente se comparado ao seu antecessor, “Tron: O Legado” (2010), que abriu com $44 milhões (sem ajuste de inflação) e terminou com um total global de $400 milhões.

O Erro de Cálculos da Disney:

O insucesso de “Ares” é um estudo de caso sobre os desafios da nostalgia e da produção de blockbusters na era pós-pandemia. A Disney apostou que a combinação da estética visual cult da franquia e a relevância do tema da Inteligência Artificial (IA), com Leto no papel central, seriam suficientes para atrair tanto a base de fãs quanto um novo público.

No entanto, a recepção foi mista. Embora o filme tenha sido elogiado por alguns por seu design de produção e o visual aprimorado dos icônicos trajes de luz neon, muitos críticos e fãs se dividiram sobre a execução da história. A decisão de focar em um novo programa de IA, Ares, que é enviado para o mundo real, diluiu a conexão com os personagens originais e com a sensação de escapismo para o universo digital que definiu os filmes anteriores.

O Fator Leto e o Orçamento Inflacionado:

O alto orçamento, que não incluiu os custos massivos de marketing, tornou a meta de lucro quase impossível. Com um orçamento de produção próximo a $200 milhões, o filme precisaria arrecadar bem mais de $400 milhões no mundo todo apenas para empatar.

Além disso, a controvérsia em torno do protagonista, Jared Leto, e o fato de que a franquia Tron possui um nicho de fãs leais, mas não o apelo de massa de propriedades como Marvel ou Star Wars, podem ter contribuído para o resultado. O público mainstream pode ter visto o filme como algo excessivamente nichado ou dependente de um conhecimento prévio da mitologia.

As Consequências para a Ficção Científica:

O fracasso de “Tron: Ares” envia um sinal de alerta para Hollywood. Em um momento em que os estúdios estão buscando desesperadamente novas franquias fora do gênero de super-heróis, o desempenho de “Ares” pode levar a uma retração nos investimentos em sci-fi original ou em reavivamentos conceituais ambiciosos.

A Disney agora enfrenta a difícil decisão sobre o futuro da propriedade. Embora o diretor e os produtores já tivessem planos para spin-offs e uma sequência, é altamente improvável que o estúdio se arrisque em outro filme de orçamento tão elevado no curto prazo. O legado de Tron pode ser condenado a permanecer como um clássico cult visualmente revolucionário, mas financeiramente arriscado.
A Grade falhou em se reconectar com o público global na escala que a Disney esperava.
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